Talvez estejamos diante da maior evolução do TPM em décadas — e poucos perceberam. Nos últimos anos, o TPM evoluiu — e precisa continuar evoluindo — em direção a algo mais simples, direto e alinhado ao que realmente gera valor. Independentemente do nome a se dar, é fato que, com o mundo cada vez mais VUCA, precisamos aplicar os conceitos do Lean para rever o TPM com novos olhos. Menos burocracia e mais entrega real de valor. Os fundamentos devem ser preservados, porém a forma deve evoluir.
Um TPM para o mundo VUCA
Vivemos um ambiente marcado por Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade. O TPM tradicional, pesado e ritualístico, já não responde com a velocidade necessária.
A solução não é abandonar os pilares — pelo contrário, os fundamentos são inegociáveis. Mas precisamos de um TPM mais ágil, mais simples, mais digital, mais conectado às dores reais da operação.
É aqui que nascem expressões como Lean TPM, TPM Ágil, TPM Essencialista. Elas refletem essa repaginação natural: um TPM que mantém a essência, mas elimina tudo o que não gera valor.
O TPM clássico ainda é válido. O problema é tudo que adicionaram em cima dele.
O TPM nasceu para ser simples. Para empoderar pessoas. Para eliminar perdas. Para melhorar o fluxo e garantir estabilidade.
Mas, ao longo dos anos, virou exatamente o que deveria combater: um sistema cheio de desperdício.
Documentação infinita
Rituais mecânicos
Reuniões longas
Departamentalização
Foco em “cumprir etapas”, e não em gerar valor
Esse excesso se tornou um peso. Um freio. Um desvio do propósito.
Proponho 5 princípios para um TPM realmente moderno
1. Radicalmente simples
Se uma ferramenta precisa de três páginas para ser explicada, já nasceu errada.
2. Integrado ao negócio, não paralelo à rotina
TPM não pode ser um “programa” apenas. Tem que ser o jeito natural de gerir a fábrica. TPM não é um objetivo, é como alcançamos o objetivo. É simplesmente como pensamos e fazemos as coisas.
3. Foco brutal nas perdas prioritárias
Atacar tudo é atacar nada. No mundo de hoje, se você consegue atacar todas as perdas ao mesmo tempo, muito provavelmente sua estrutura está inchada e, por consequência, seu custo não é competitivo… A concorrência fez as margens diminuírem. Os recursos são limitados. Escolha o que importa e concentre energia lá — sem culpa. “Ah, mas eu tenho essa outra perda aqui!!!”. Relaxa, todas terão a sua vez. Menos iniciativas e mais “acabativas”. Aí está o valor.
4. Dados para iluminar; pessoas para decidir
Indicador não substitui julgamento. Ambos precisam coexistir.
5. Não corte asas; ensine a voar
Times empoderados, mas dentro de padrões simples, claros e replicáveis.
Qual nome dar a esta nova fase
A verdade é que o nome é menos importante que a coragem de abandonar o excesso. Mas, só para provocar, aqui vão alguns candidatos:
TPM Ágil
Lean TPM
TPM Essencialista ou Minimalista
TPM Focado
TPM 4.0
TPM Sem Frescura (para os mais ousados)
O que define esse novo modelo não é o rótulo, mas o movimento:
Conclusão: O TPM não morreu, ele amadureceu.
Empresas que continuarem presas a um TPM pesado vão perder velocidade, talento e competitividade. As que abraçarem um TPM mais leve, direto e focado vão ganhar mais produtividade, mais engajamento, e resultados muito mais rápidos.
A pergunta agora é: qual versão você decide liderar?




